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28 junho 2007

O que sera desse país em 2010?

São Paulo, a jóia da coroa
Os bastidores da política começaram a ferver nas últimas semanas porque os principais candidatos a candidatos à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se posicionam na largada da corrida presidencial — as eleições municipais. E nesse contexto a escolha do prefeito de São Paulo, o terceiro maior orçamento do país — com mais poder do que os governos de Minas Gerais e Rio de Janeiro —, torna-se uma “jóia da coroa” ainda mais valiosa.
No fundo, a eleição para a prefeitura de São Paulo vai definir em boa dose o futuro candidato tucano à sucessão presidencial — e, quiçá, da oposição. Na prática, vai decidir se em 2010 haverá ou não um paulista disputando a presidência da República. Segundo o analista da equipe da Tendências Consultoria, Rogério Schmitt, se o governador paulista José Serra (PSDB) não fizer o próximo prefeito da capital – seu candidato, pelo menos até o momento, é o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL) –, perderá um sustentáculo importante de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.
“Ao contrário, se eleger seu candidato, ganhará um reforço para esse projeto”, acrescenta. Aliás, projeto esse iniciado que teve na eleição de Serra para prefeito da capital um lance relevante. Schmitt acrescenta que, embora José Serra não assumisse na época, estava claro que ao se candidatar à prefeitura paulistana construía um trampolim para chegar à corrida presidencial de 2010, ou, no mínimo, viabilizar seu plano B, que foi o governo do estado de São Paulo.
E,de fato, foi o que aconteceu. Nem bem esquentou a cadeira de prefeito, o tucano deixou o cargo para seu vice, Gilberto Kassab, alçado para o cargo em decorrência da aliança tradicional do PSDB com o PFL, hoje Democrata. Nesse jogo, o próximo lance relevante é o desempenho das urnas na capital paulista, que em muito contribuirá para impulsionar ou enterrar a antiga pretensão de Serra de ocupar o cargo mais importante da República.
Indiretamente, esse resultado vai influenciar a situação da pré-candidatura do governador mineiro Aécio Neves, que disputa com Serra a candidatura pelo PSDB, mas desde já articula outros caminhos para chegar lá, como uma aproximação com o PMDB.
O terreno em São Paulo também é minado pelos demais partidos. A ex-prefeita e ministra do Turismo, Marta Suplicy, pode se candidatar outra vez para o cargo pelo PT e chegar ao segundo turno com o apoio de um terço do eleitorado paulistano. “O drama do PT será optar por um nome conhecido como o de Marta, porém com alto índice de rejeição, ou por um desconhecido mas com chances de crescer”, pondera Schmitt, referindo-se aos nomes alternativos dos deputados federais José Eduardo Cardozo e Arlindo Chinaglia, que partiriam com não mais de 10% dos votos.
Schmitt não acredita que o PP de Paulo Maluf terá alguma força para influenciar o resultado das eleições para a prefeitura paulistana. “O malufismo é uma força decadente.” A incógnita fica por conta do PSDB – se apoiará a reeleição de Kassab ou se lançará uma candidatura própria. “E a variávelchave das eleições municipais na capital de São Paulo é se o ex-governador Geraldo Alckmin será ou não candidato”, enfatiza o analista da Tendências.
“Alckmin é o grande favorito entre todos os pré-candidatos, nenhum nome do PSDB tem o recall que o ex-governador tem, e o cenário é um com ele e outro bem diferente sem ele no páreo”, completa. Embora derrotado nas eleições presidenciais de 2006, o tucano é bem avaliado pelo eleitorado paulista e da capital.
O que não se sabe ainda é a intenção do governador José Serra. “Originalmente, Kassab entrou na chapa de Serra porque o tucano tinha planos de apóia-lo para a prefeitura em 2008, com a concordância do PSDB. Isso é o que sabemos”, comenta Schmitt. “Mas isso ainda é o plano de Serra?”, questiona o analista, evidenciando o grau de mistério que ronda os planos do governador paulista para as eleições municipais. E, para complicar ainda mais, parece que Kassab está criando uma imagem própria, descasada do PSDB, com a boa aceitação de seu principal feito até agora, o Cidade Limpa. “Aparentemente o Democrata e Kassab estão seguindo um caminho independente do PSDB”, observa Schmitt.
E, da mesma forma que é fundamental para os demais partidos, agarrar a prefeitura de São Paulo também poderá determinar a sobrevivência do Democrata. É esperar para ver.

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