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16 maio 2007

DÓLAR FECHA A R$ 1,96

Aconteceu o que todos sabiam que ia acontecer: o dólar caiu e passou a barreira mítica, ou psicológica, como dizem os jornais (não sei porque) dos 2 reais, fechando a R$ 1,983. Em 2000, era R$ 1,80, mas em 2002 era R$ 3,99. O real valorizou-se 100%, o que não é pouca coisa. É uma mudança e tanto em nossa economia, já que as importações, especialmente de máquinas e equipamentos, de bens de capital, ficaram baratas. Ou seja, os investimentos ficaram mais baratos. Mas as viagens internacionais e os produtos da China também. E as exportações mais caras e menos competitivas. Mas, anualizadas, já estão nos US$ 145 bilhões. Como vemos, a realidade é mais complexa que as teorias.Nos últimos meses surgiram teorias, como a da doença holandesa, que prevê a desindustrialização do Brasil, e uma realidade. Nossas indústrias de móveis, têxtil, de vestuário, de calçados, naval não aguentam a concorrência, principalmente chinesa, e a indústria automobilística perde competitividade para exportar. Daí a exigência desses setores - que alegam, inclusive, que estamos perdendo empregos - de apoio governamental, em créditos e tarifas. O que, aliás, já vem acontecendo.Mas a realidade é que o dólar vem se desvalorizando em todo mundo. O que, somado à liquidez internacional, à estabilidade e crescimento no Brasil e, particularmente, aos nossos juros altos -"são uma enormidade", como disse a diretora geral da Bear Stearns no Brasil, Eny Shayo - atraíram também para o nosso país uma enormidade de capitais. Na Bolsa Mercantil de Futuros, em dezembro, eram US$ 6,7 bilhões; em abril, US$ 13 bilhões; e nesse mês já são US$ 16 bilhões. Ou seja, com esse quadro não há Banco Central que possa segurar a valorização do real. Tanto que, apesar da compra de dólares ter passado de 8, para 10, e depois para 15 bilhões ao mês, o que vimos foi a continua valorização do real.Logo, não temos solução a curto prazo. O que devemos e podemos fazer, além de defender nossa indústria, é reduzir os juros mais rapidamente, desonerar de impostos os investimentos e o setor produtivo, até porque a arrecadação está crescendo e muito. Passar, por exemplo, a cobrar a contribuição previdenciária do faturamento e não da folha de pagamento, e principalmente reduzir o custo burocrático e da infra-estrutura do país para as empresas, melhorando nossa gestão pública e nossas estradas, ferrovias, hidrovias e portos. Com menos custos financeiros, tributários e de transportes nossa indústria não só sobreviverá, como se transformará em numa grande competidora internacional.Ou seja, temos que aumentar nossa produtividade, reduzir os juros até chegar a 3% reais e acelerar mesmo, como o Felipe Massa, a aprovação e execução do PAC e do PDE, fazer as reformas, e não ter medo de ser grande. Essa crise é de crescimento e assim deve ser encarada. Sem medo de ser Brasil.


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