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15 maio 2007



Um grupo de cientistas do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) pode destruir o mito brasileiro da energia limpa. O Brasil que tem 87% de sua energia elétrica gerada em hidrelétricas, sempre teve orgulho de suas usinas que não emitem gás carbônico ou resíduos poluentes. Uma pesquisa coordenada por Ivan Lima, do Inpe, revela que hidrelétricas, como Itaipu (na foto) não são tão limpas como se imaginava.Segundo o estudo, todas as hidrelétricas do mundo seriam responsáveis por 4% das emissões de gases que causam as mudanças climáticas. A culpa seria do gás metano, liberado pelas represas. Menos abundante que o gás carbônico na atmosfera o metano tem 72 vezes mais poder de aquecimento do planeta em um período de 20 anos. O metano é produzido pelo apodrecimento de matéria orgânica no fundo dos lagos das hidrelétricas. Para os pesquisadores, a quantidade de metano seria ainda maior em represas localizadas em países de clima quente, como o Brasil. Nesses casos, há estimativas que a contribuição da hidrelétrica para o aquecimento global seria maior do que uma usina termelétrica a óleo que gerasse a mesma quantidade de energia. Brasil, o metano das hidrelétricas pode representar 20% das contribuições nacionais para o fenômeno do aquecimento global. Lagos formados para alimentar usinas hidrelétricas sempre foram consideradas fontes de emissão de metano. A grande inovação do estudo foi contabilizar também o gás emitido quando a água passa pelas turbinas e no rio à jusante da barragem. Esse fator aumentou muito a parcela de contribuição das hidrelétricas ao fenômeno do aquecimento global. Novos estudos devem indicar no futuro quais são as hidrelétricas brasileiras com maior potencial de emissão. Para os defensores das usinas hidrelétricas os cientistas afirmam que ainda há esperança. Soluções de engenharia podem reduzir as emissões de metano das turbinas e até recuperar o gás para a geração de energia.

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